quinta-feira, março 06, 2014

Eu sei que você não vai ler


...e eu sinto muito por isso. Eu realmente gostaria que você me visse agora, adulta, e também queria poder olhar aquela pinta no canto da boca que você tinha vergonha.
Pensei em muitas coisas pra te dizer, durante a vida inteira. Como por exemplo "eu sempre soube que você era gay" e "eu senti sua falta" ou "eu te amo de qualquer jeito". Você foi o irmão que eu sempre quis ter na infância, meu melhor amigo, meu companheiro de dividir churros, irritar cachorros de rua, soltar pipa e cair os mais épicos tombos de bicicleta. Eu te amo tanto que até dói, jurei que isso não seria nunca uma despedida, um adeus.
E não será.
O garoto enrustido, amável e meigo que conheci e convivi os melhores dias da minha vida vai permanecer comigo, e a cada personagem criado por mim, você renascerá.
Você será para sempre, o mais cítrico dos meus amigos, o mais amado e a sua candura da infância estará sempre intacta em minha memória.
Em memória de Hiago Santana Bennesby